Incubus – If Not Now, When?
May 1, 2011 Leave a comment
Oficialmente, o novo álbum do Incubus será lançado no dia 12 de julho, mas sabe como é né, por aqui a gente já ouviu If Not Now, When? inteirinho, e rapaz, te contar hein, foi difícil classificar esse disco.
Brandon Boyd, vocalista do Incubus fez um ótimo texto no site oficial da banda sobre esse novo trabalho, e fica difícil não falar do álbum sem usar as próprias palavras do cantor, afinal, foi a melhor definição do disco: “If Not Now, When? é ousado, romântico, exuberante, uma carta de amor para o mundo. É mais sombrio, mais lento, mais rico, mais refinado e mais envolvente do que qualquer coisa que o Incubus já tenha lançado”. E é exatamente isso. Não espere ouvir hits como a boa e velha Megalomaniac. Não espere um disco parecido com o último lançado há 5 anos, Light Grenades.
A primeira faixa é a que dá nome ao álbum. Muito linda, uma letra primorosa, Brandon mostrando TODO seu potencial vocal e a marcação lenta da bateria me fez pensar que essa música ficaria ótima como trilha sonora principal de algum filme com aviões, estilo Pearl Harbor (não ligue para essa viagem). Em seguida vem Promises, Promises, uma baladinha com cara de hit e que vai agradar quem cansou de sofrer por amor, diferente de Friends and Lovers, que é a favorita de Brandon. A música tem um toque sombrio ao mesmo tempo em que fala de como amor e amizade andam juntos.
Thieves é a quarta música e tem uma das letras mais interessantes do álbum com uma sútil crítica à sociedade: “The man about the town/The beauty queen, the paragon of civilization/But shadows cling to us all (…)”. Isadore nos lembra um pouco o “estilo Incubus”, um pouco mais agitada, (eu disse um pouco). É daquelas que a galera canta junto e uma das melhores do disco todo.
Como as composições parecem ser o forte desse disco, The Original vem pra reiterar isso. Uma música forte e intensa, com um arranjo igualmente forte marcado por guitarras que dão um tom misterioso à música. Já Defiance lembra música de acústico MTv, no estilo voz + violão e parece ser um “desabafo” de como a banda encarou o trabalho de fazer tudo diferente como um desafio.
In The Company of Wolves é tão triste. Sério, não ouça essa música se você está pra baixo. É uma coisa meio The Doors sabe: quase 8 minutos de música, clima sombrio, guitarras, teclados e o Brandon cantando “In the company of wolves I sat in silence, observant and afraid”. WOW!!! Aí vem a animada Switch Blade, música boa , com uma pegada meio new metal e que pode virar hit de trabalho.
Adolescents é a penúltima música do disco e foi escolhida como o primeiro single de trabalho do Incubus. É uma típica música da banda e quem já viu o clipe que eles fizeram pode ficar com a impressão de que o disco todo é assim. Mas que fique claro que Adolescents é a exceção do disco. Pois é, a música que tem cara de Incubus é a exceção.
Por fim, Tomorrow’s Food fecha o álbum que teve produção de Brendan O’Brien (Pearl Jam, Rage Against The Machine e Bob Dylan), como ele começou – boa letra, arranjo calmo e destaque para o vocal, sempre bem explorado, e que por isso dá a sensação de ser um trabalho solo de Brandon.
Resumo da ópera: De cara If Not Now, When? vai desagradar muita gente. A banda queria uma coisa totalmente diferente, e alcançou seu objetivo com um trabalho de qualidade, mas fica a dúvida se essa nova pegada vai agradar aos fãs acostumados com o estilo da banda, afinal If Not Now, When? é, sem dúvida, um disco calmo e minimalista, com ótimas composições, mas que se parece mais com o trabalho solo de Brandon do que com o velho Incubus.
Particularmente, gostei muito do novo álbum. É bom ouvir músicas com boas letras e mais elaboradas sem ser só estrofe/refrão/estrofe. Mas fiquei com certa “saudade” no ar, talvez dos trabalhos mais antigos.