Incubus – If Not Now, When?

Oficialmente, o novo álbum do Incubus será lançado no dia 12 de julho, mas sabe como é né, por aqui a gente já ouviu If Not Now, When? inteirinho, e rapaz, te contar hein, foi difícil classificar esse disco.

Brandon Boyd, vocalista do Incubus fez um ótimo texto no site oficial da banda sobre esse novo trabalho, e fica difícil não falar do álbum sem usar as próprias palavras do cantor, afinal, foi a melhor definição do disco: “If Not Now, When? é ousado, romântico, exuberante, uma carta de amor para o mundo. É mais sombrio, mais lento, mais rico, mais refinado e mais envolvente do que qualquer coisa que o Incubus já tenha lançado”. E é exatamente isso. Não espere ouvir hits como a boa e velha Megalomaniac. Não espere um disco parecido com o último lançado há 5 anos, Light Grenades.

A primeira faixa é a que dá nome ao álbum. Muito linda, uma letra primorosa, Brandon mostrando TODO seu potencial vocal e a marcação lenta da bateria me fez pensar que essa música ficaria ótima como trilha sonora principal de algum filme com aviões, estilo Pearl Harbor (não ligue para essa viagem). Em seguida vem Promises, Promises, uma baladinha com cara de hit e que vai agradar quem cansou de sofrer por amor, diferente de Friends and Lovers, que é a favorita de Brandon. A música tem um toque sombrio ao mesmo tempo em que fala de como amor e amizade andam juntos.

Thieves é a quarta música e tem uma das letras mais interessantes do álbum com uma sútil crítica à sociedade: “The man about the town/The beauty queen, the paragon of civilization/But shadows cling to us all (…)”. Isadore nos lembra um pouco o “estilo Incubus”, um pouco mais agitada, (eu disse um pouco). É daquelas que a galera canta junto e uma das melhores do disco todo.

Como as composições parecem ser o forte desse disco, The Original vem pra reiterar isso. Uma música forte e intensa, com um arranjo igualmente forte marcado por guitarras que dão um tom misterioso à música. Já Defiance lembra música de acústico MTv, no estilo voz + violão e parece ser um “desabafo” de como a banda encarou o trabalho de fazer tudo diferente como um desafio.

In The Company of Wolves é tão triste. Sério, não ouça essa música se você está pra baixo. É uma coisa meio The Doors sabe: quase 8 minutos de música, clima sombrio, guitarras, teclados e o Brandon cantando “In the company of wolves I sat in silence, observant and afraid”.  WOW!!! Aí vem a animada Switch Blade, música boa , com uma pegada meio new metal e que pode virar hit de trabalho.

Adolescents é a penúltima música do disco e foi escolhida como o primeiro single de trabalho do Incubus. É uma típica música da banda e quem já viu o clipe que eles fizeram pode ficar com a impressão de que o disco todo é assim. Mas que fique claro que Adolescents é a exceção do disco. Pois é, a música que tem cara de Incubus é a exceção.

Por fim, Tomorrow’s Food fecha o álbum que teve produção de Brendan O’Brien (Pearl Jam, Rage Against The Machine e Bob Dylan), como ele começou – boa letra, arranjo calmo e destaque para o vocal, sempre bem explorado, e que por isso dá a sensação de ser um trabalho solo de Brandon.

Resumo da ópera: De cara If Not Now, When? vai desagradar muita gente. A banda queria uma coisa totalmente diferente, e alcançou seu objetivo com um trabalho de qualidade, mas fica a dúvida se essa nova pegada vai agradar aos fãs acostumados com o estilo da banda, afinal If Not Now, When? é, sem dúvida, um disco calmo e minimalista, com ótimas composições, mas que se parece mais com  o trabalho solo de Brandon do que com o velho Incubus.

Particularmente, gostei muito do novo álbum. É bom ouvir músicas com boas letras e mais elaboradas sem ser só estrofe/refrão/estrofe.  Mas fiquei com certa “saudade” no ar, talvez dos trabalhos mais antigos.

Wasting Light

Depois de quatro anos Foo Fighters lança novo disco e traz Rock’n’Roll dos bons.


Se continuar nesse ritmo, 2011 tem tudo pra levar o título de “o ano mais musical dos últimos tempos”. São tantos lançamentos, álbuns, turnês, festivais, enfim, tanta coisa acontecendo no mundo da música em 2011, que fica difícil até acompanhar.

E toda essa introdução é só pra dizer que ontem vazou o álbum Wasting Light, o novo do Foo Fighters.  A data oficial de lançamento do disco é 12 de abril, mas whatever, com a internet nada mais sai na época planejada, tudo (por bem ou por mal) é antecipado, e toda a comunidade Rock’n’Roll agradece, afinal se uns e outros são chamados de “a salvação do rock” por lançarem um trabalho bom durante toda sua carreira, Foo Fighters pode, então, ser considerado uma das melhores expressões do rock atual,senão a melhor, afinal, os caras têm sido coerentes com o estilo desde o início de sua carreira. E Wasting Light não é diferente.

Dave Grohl já tinha avisado que este seria “o álbum mais pesado de toda a carreira” do grupo, e bem, temos quase todas as faixas com guitarras pesadas, bateria marcante e o potencial da voz de Dave. Assim, temos um álbum realmente pesado. Ok, você não vai querer compará-los a metaleiros, cada um na sua.

A primeira faixa é Bridge Burning e se a intenção é causar uma boa primeira impressão, com certeza ela é cumprida. Impossível não dar uma balançada na cabeça ou não soltar um “wow” quando a última nota é tocada na guitarra. A música, como o cd todo, tem cara de Foo Fighters. A mesma banda, os mesmos riffs, afinal em time que está ganhando há anos, não se mexe.

Rope, que já ganhou até clipe oficial da banda vem em seguida, com a cara de música que toda banda universitária vai tocar em festas. É intensa, tem letra legal, refrão repetido várias vezes e um belo solo de guitarra. A combinação que toda banda de garagem adora. Dear Rosemary é tão gostosa, com sua guitarra sozinha e singela na introdução, e depois com sua bateria quebrada. Mais um refrão fácil e que pega. Particularmente, eu vou cantar muito “truth will always change the way you lie”.

White Limo (aquela que ganhou o divertido clip em VHS) é, com certeza, a mais pesada do álbum todo. Dave “rasga” o vocal, mesmo em segundo plano, e dá seus típicos “gritos”. A galera do bate-cabeça fica feliz e é mais uma música pra party playlist. Já Arlandria é a preferida desta pessoa que vos escreve, sem um porquê definido. Mas a bateria dá o tom especial da música com aquela batida que você acompanha batendo a mão ao lado do quadril, em meio às guitarras abafadas que precedem o refrão que “explode” e você canta you’re not me, ARLANDRIA junto com o Dave.

These Days começa e você pensa “pois é, Foo Fighters sempre grava uma música meio baladinha né”. E realmente ela é mais easy, mesmo quando as guitarras aumentam o peso e Dave aumenta o tom, o que não é um ponto ruim. A música é boa, tem cara de single e já tem gente falando que a estrofe lembra Nirvana. Em seguida vem Back & Forth. Ah os riffs de Back & Forth que lembram os de All My Life… mais Foo Fighters impossível, assim como a interposição de momentos de mais peso com refrões fáceis, sem esquecer do bom solo de guitarra e o final seco. A Matter Off Time já é a oitava música e os caras continuam fazendo bonito. Dave se empolga no seu “yeaaah”, o que agrada uns e desagrada outros. Refrão bacana e também mais uma que parece ter cara de hit.

Miss The Misery tem uma das melhores letras do cd todo,  e Dave investe no “ooooohhhhhhh”, mas casou tão bem com todo o resto da música que a gente deixa o detalhe passar. I Should Have Know dá um pause em tantos riffs e gritos e na boa, não faria muita diferença se não estivesse no disco. A música tem seu “ponto alto”  quando os instrumentos e a potência vocal se encontram pra quebrar um pouco “a baladinha” que você ouve abraçadinho. Não achei chata como muita gente falou, mas é balada sim Dave, e você falou que não teria nenhuma nesse álbum hein.

Por fim, Walk encerra o álbum, e o faz em grande estilo. Introdução de guitarra + vocal, tipicamente FF. Mais uma com cara de single e que é ótima pra pirar cantando junto em um show: I never wanna die/ I’m on my knees/ Never wanna die/ Dancing on my grave/ Running through the fight/Forever, whenever/Never wanna die/Never wanna leave/Never say goodbye.

Num geralzão rápido: Wasting Light é um bom álbum. Não trouxe um “novo” Foo Fighters, trouxe o bom e velho Foo Fighters fazendo o seu, também bom e velho, Rock’n’Roll. Saca o lance do “bruto” só com vocal, guitarras, baixo e bateria? Pois é, nada de efeitos daqui e dali, voz de robô abafada, re-re-re-remixes, enfim. Rock daqueles de ouvir balançando a cabeça e ponto. Sem contar que tem várias faixas com cara de single, e a capa é linda.

Vale ouvir. Vale elogiar.