April 1, 2011
by Soraia Alves
Depois de quatro anos Foo Fighters lança novo disco e traz Rock’n’Roll dos bons.
Se continuar nesse ritmo, 2011 tem tudo pra levar o título de “o ano mais musical dos últimos tempos”. São tantos lançamentos, álbuns, turnês, festivais, enfim, tanta coisa acontecendo no mundo da música em 2011, que fica difícil até acompanhar.
E toda essa introdução é só pra dizer que ontem vazou o álbum Wasting Light, o novo do Foo Fighters. A data oficial de lançamento do disco é 12 de abril, mas whatever, com a internet nada mais sai na época planejada, tudo (por bem ou por mal) é antecipado, e toda a comunidade Rock’n’Roll agradece, afinal se uns e outros são chamados de “a salvação do rock” por lançarem um trabalho bom durante toda sua carreira, Foo Fighters pode, então, ser considerado uma das melhores expressões do rock atual,senão a melhor, afinal, os caras têm sido coerentes com o estilo desde o início de sua carreira. E Wasting Light não é diferente.
Dave Grohl já tinha avisado que este seria “o álbum mais pesado de toda a carreira” do grupo, e bem, temos quase todas as faixas com guitarras pesadas, bateria marcante e o potencial da voz de Dave. Assim, temos um álbum realmente pesado. Ok, você não vai querer compará-los a metaleiros, cada um na sua.
A primeira faixa é Bridge Burning e se a intenção é causar uma boa primeira impressão, com certeza ela é cumprida. Impossível não dar uma balançada na cabeça ou não soltar um “wow” quando a última nota é tocada na guitarra. A música, como o cd todo, tem cara de Foo Fighters. A mesma banda, os mesmos riffs, afinal em time que está ganhando há anos, não se mexe.
Rope, que já ganhou até clipe oficial da banda vem em seguida, com a cara de música que toda banda universitária vai tocar em festas. É intensa, tem letra legal, refrão repetido várias vezes e um belo solo de guitarra. A combinação que toda banda de garagem adora. Dear Rosemary é tão gostosa, com sua guitarra sozinha e singela na introdução, e depois com sua bateria quebrada. Mais um refrão fácil e que pega. Particularmente, eu vou cantar muito “truth will always change the way you lie”.
White Limo (aquela que ganhou o divertido clip em VHS) é, com certeza, a mais pesada do álbum todo. Dave “rasga” o vocal, mesmo em segundo plano, e dá seus típicos “gritos”. A galera do bate-cabeça fica feliz e é mais uma música pra party playlist. Já Arlandria é a preferida desta pessoa que vos escreve, sem um porquê definido. Mas a bateria dá o tom especial da música com aquela batida que você acompanha batendo a mão ao lado do quadril, em meio às guitarras abafadas que precedem o refrão que “explode” e você canta you’re not me, ARLANDRIA junto com o Dave.
These Days começa e você pensa “pois é, Foo Fighters sempre grava uma música meio baladinha né”. E realmente ela é mais easy, mesmo quando as guitarras aumentam o peso e Dave aumenta o tom, o que não é um ponto ruim. A música é boa, tem cara de single e já tem gente falando que a estrofe lembra Nirvana. Em seguida vem Back & Forth. Ah os riffs de Back & Forth que lembram os de All My Life… mais Foo Fighters impossível, assim como a interposição de momentos de mais peso com refrões fáceis, sem esquecer do bom solo de guitarra e o final seco. A Matter Off Time já é a oitava música e os caras continuam fazendo bonito. Dave se empolga no seu “yeaaah”, o que agrada uns e desagrada outros. Refrão bacana e também mais uma que parece ter cara de hit.
Miss The Misery tem uma das melhores letras do cd todo, e Dave investe no “ooooohhhhhhh”, mas casou tão bem com todo o resto da música que a gente deixa o detalhe passar. I Should Have Know dá um pause em tantos riffs e gritos e na boa, não faria muita diferença se não estivesse no disco. A música tem seu “ponto alto” quando os instrumentos e a potência vocal se encontram pra quebrar um pouco “a baladinha” que você ouve abraçadinho. Não achei chata como muita gente falou, mas é balada sim Dave, e você falou que não teria nenhuma nesse álbum hein.
Por fim, Walk encerra o álbum, e o faz em grande estilo. Introdução de guitarra + vocal, tipicamente FF. Mais uma com cara de single e que é ótima pra pirar cantando junto em um show: I never wanna die/ I’m on my knees/ Never wanna die/ Dancing on my grave/ Running through the fight/Forever, whenever/Never wanna die/Never wanna leave/Never say goodbye.
Num geralzão rápido: Wasting Light é um bom álbum. Não trouxe um “novo” Foo Fighters, trouxe o bom e velho Foo Fighters fazendo o seu, também bom e velho, Rock’n’Roll. Saca o lance do “bruto” só com vocal, guitarras, baixo e bateria? Pois é, nada de efeitos daqui e dali, voz de robô abafada, re-re-re-remixes, enfim. Rock daqueles de ouvir balançando a cabeça e ponto. Sem contar que tem várias faixas com cara de single, e a capa é linda.
Vale ouvir. Vale elogiar.