#RT Entrevista: Letícia Toni e os bastidores da SPFW


Amiga de longa data, Letícia Toni tem 20 anos, está quase se formando no curso de moda pelo Senac São Paulo, mas  a bagagem profissional já é grande. Entre claquetes, agulhas e linhas, Lê Toni contou pra #RT um pouco dos bastidores da última temporada da São Paulo Fashion Week, que rolou agora entre 13 e 18 de junho, onde trabalhou como monitora nos backstages.

Abaixo você confere uma entrevista cheia de detalhes de quem esteve em contato com os maiores nomes da moda brasileira, e claro, suas criações. Puro glamour…

#RT: O que mais te chamou atenção no evento todo?

Letícia Toni: Sinceramente acho que foi a diversidade dos visitantes, porque tem gente de todo tipo, vestida de formas diferentes. Alguns mais chiques, outros muito despojados, outros loucos… achei interessante observar isso.

#RT: Quem trabalha no evento consegue curtir o glamour ou isso é só pra celebridades e quem vai a passeio?

 LT: Olha, em alguns momentos dá pra curtir o glamour de sentar pra assistir aos desfiles, mas na maioria das vezes não tem nada de glamour. É ralação de levantar banco, conferir o mapa da sala com as numerações certinhas, ser sufocada por paparazzi quando os famosos chegam. É mais não glamour do que glamour viu (risos).

#RT: Que desfiles você destaca dessa temporada?

LT: Nessa temporada vou destacar os que eu mais gostei em tudo, principalmente por ser mais show mais do que desfile. Adorei a Ellus. O desfile foi a céu aberto, no Parque Ibirapuera. A passarela era um círculo com uma banda bem no meio fazendo música ao vivo. A cantora, ainda por cima é uma ex-modelo, chamada Janine. Foi uma forma diferente de fazer o desfile, eles deram sorte que estava muito sol, um dia bonito, um ventinho de leve. Ficou lindo!

Quanto aos looks, eram muitos. Cada modelo com um look individual, sem trocas de roupas, o que deixou o desfile menos corrido pra equipe da Ellus. O casting também foi muito bem escolhido, e as criações eram super usáveis, dava pra se ver vestindo as roupas do desfile. Eles deram petiscos para todos que estavam lá assistindo. Foi muito bom!

Outro desfile que eu adorei foi o da Colcci. casting deles estava maravilhoso, a Alessandra Ambrósio é um arraso, e o Ashton Kutcher também desfilou todo lindo. Esse desfile super bombou. Foi um desfile bem jovem e moderno dentro de uma sala (que não cabia mais gente de tão cheia). As roupas também super usáveis, a música super animada (Beyoncé). Achei muito legal, bem jovem e a cara da marca!

Por fim, o Ronaldo Fraga foi outro que eu gostei porque ele teatralizou o desfile. Não consegui entender tudo que ele disse para as modelos no ensaio do desfile, mas ele pediu pra elas desfilarem com emoção, com alegria, pra entrarem na brincadeira. Ele foi muito aplaudido por elas nessa hora. Ele falou com amor do trabalho dele, dos seis meses de desenvolvimento para esse momento de alguns minutos, então na hora do desfile foi a coisa mais linda. A música ao vivo era de marchinha de carnaval. Muito bonito mesmo. Eu até me emociono contando porque imagino a alegria dele em ver que todos amaram sua ideia. Foi o último desfile da SPFW dessa edição e fechou mais do que com chave de ouro. Foi maravilhoso!!!

Desfile Ellus no Parque Ibirapuera

Ashton Kutcher e Alessandra Ambrósio desfilando pela Colcci

Modelos se divertem em desfile de Ronaldo Fraga

#RT: Você acha que já era a época dos “desfiles secos”, tradicionais?

LT: Não, não acho. O desfile da FH por Fause Haten foi justamente tradicional, apesar  da atmosfera de teatro. O tema era sono, as modelos entravam com máscaras de dormir. A música era só uma caixinha de música tocando ao fundo. Foi bem  mais normal do que os outros, mas lindo, e encantou as pessoas. Ele era um dos que guiava a modelo até o pit (que é a parada para ser fotografado o look). A Osklen também foi super tradicional. Osklen é Oskeln, dispensa comentários (risos).

Fausen Haten e suas "belas adormecidas"

#RT: Alguma coisa que você não gostou muito?

LT: Reinaldo Lourenço e Glória Coelho fazem uma roupa menos usável. Mas achei que a Glória poderia ter feito coisa melhor porque ela tem muita capacidade pra isso. Achei que ela já explorou mais sua coleção sabe?!

#RT: E o Reinaldo Lourenço?

LT: O Reinaldo não, achei muito lindo com roupas bem perfeitas, super bem acabadas. Outro que eu gostei muito  foi o Samuel Cirnansky. O desfile dele foi maravilhoso, com música da Lady Gaga só no piano. Ficou chique! As roupas tinham muitos bordados, e bordados assim da gente babar mesmo!!! As modelos entravam amordaçadas na passarela, uma coisa meio fetiche com glamour, e muitos brilhos, tecidos com caída perfeita. Em quesito beleza estética da roupa, o Samuel foi mais que maravilhoso.

#RT: Você trabalhou no backstage do Alexandre Herchcovith. Quais as suas impressões?

LT: Gostei do Alexandre Herchcovitch feminino, mas achei bem diferente do que ele costumava fazer. A coleção masculina eu ressalto o que mais me chamou atenção: o acabamento das roupas. Tudo com acabamento perfeito, os botões bem colocados, colchetes de qualidade. Fora que a equipe dele foi muito organizada. A prova de roupa dele era agendada com a pessoa e o modelo que iria trocar, tudo mandando em planilha pra gente que ia trabalhar trocando os modelos. Só que teve mudanças na prova de roupa, então foi reenviada a planilha corrigida com o modelo certo que cada auxiliar ia trocar e a ordem de entrada de cada um, super organizados, sem correria, sem troca de roupa durante o desfile. Foi ótimo e o casting tava lindo, um modelo mais gato que o outro (risos).

Backstage Alexandre Herchcovitch

#RT: Essa preocupação com a roupa é o que faz a diferença na alta costura?

LT: Sim, é o que faz a diferença, faz com que a peça fique exclusiva porque tem toda uma preocupação com isso. O Alexandre tem muito disso, ele quer o desfile perfeito, suas roupas perfeitas. Ele é muito perfeccionista. O tema foi caça, pesca e camping, então as roupas eram mais esporte, e ele trouxe isso com um bom acabamento e tecidos perfeitos, mais finos.

#RT: Uma dica Lê – as pessoas vão ao SPFW e vêem roupas e criações maravilhosas, mas que muitas vezes custam caro demais, tipo um vestido de 35 mil reais. Como nós, pobres mortais podemos ficar na moda?

LT: Acho que dá pra ficar na moda gastando pouco porque querendo ou não as fast fashion copiam os pontos mais altos das tendências, então o que realmente for moda vai estar nessas lojas, e principalmente nas ruas, vestindo as pessoas. É legal às vezes gastar mais com uma roupa que a gente que vai ter uma vida útil maior, mas modinha é bom comprar em fast fashion mesmo, assim você não gasta muito e vai durar pelo estação toda. O negócio é estar atento ao que se está usando e ir fazendo combinações diferentes, sem perder aquela coisa de sua, seu estilo, seu jeito.

#RT: Você falou em “modinha”. Vemos as coleções lançando tendências, e é fashion usar quando ninguém está usando, depois vira modinha e os fashionistas já partem para outas tendências pra ser diferente. É um círculo vicioso. Como não se tornar escravo das fashion tendências?

LT: Sim as grifes lançam as tendências e as fast fashions copiam, gerando a “modinha”. É vicioso, mas é isso mesmo. Sinceramente, acho quase impossível não ser meio escravo da moda, porque a gente quer se diferenciar, então sempre vai estar mudando e seguindo as tendências. É da moda isso. A moda é efêmera e a gente segue isso. Segue pra entrar num grupo, pra se sentir mais atual, mais bonita, tem sempre essa busca sabe?! Uma coisa q eu achei engraçado com relação a isso no SPFW foi a saia longa. O que eu vi de gente usando a saia longa que antes era tendência para o inverno, agora virou moda.

#RT: E o que é tendência pra próxima estação e que a gente já pode ir atrás de comprar?

LT: Muito desfiles tinham bordados, muito brilho e aqueles tecidos que parecem mais plastificados.

Ellus

#RT Entrevista: Bia Granja

Figura conhecida do mundo virtual,  Bia Granja fala um pouco desse universo webico

Há alguns meses entrevistei a Bia Granja, que é diretora de criação e curadora do YouPix para uma matéria sobre tendências da Internet. A matéria foi feita para outra mídia, mas achei que a entrevista com a Bia ficou tão legal que resolvi postá-la na íntegra aqui pra vocês. É jogo rápido, mas a Bia fala sobre a linguagem da Internet, a influência da web nos outros meios de comunicação, e claro, da galera que quer virar webcelebritie a qualquer custo.

#RT: O que acontece na internet já não fica mais só no mundo virtual, inclusive no quesito linguagem, como as gírias que viram mania. Você acha que uma das grandes tendências da web pode ser essa mudança na linguagem?

Bia Granja: Acho que a língua é naturalmente uma das coisas mais vivas que se tem. Porém, no ambiente da Internet, que é super rápido, a mutação que ela sofre é ainda mais intensa, não só pela velocidade, mas porque a web, as redes sociais e outros meios interativos (SMS, etc) pedem uma comunicação mais ágil e, por vezes, resumida.

#RT: A mídia também tem mudado “sua cara” basicamente pela influência da internet. Como você vê a relação entre internet e outras mídias como Tv e rádio, num futuro não tão distante?

BG:  Eu acho que a Internet e a cultura que está sendo gestada nela é uma das coisas mais criativas que temos hoje em dia. Essa cultura webica já tem migrado pra televisão e outras mídias que estão em busca de renovação (não só de conteúdo, mas também de público). As mídias sociais ainda pautam DIRETAMENTE muito pouco as mídias tradicionais, porém, é clara a influência que os comportamentos, linguagens e personagens do mundo webico tem sobre Tv e afins.

Com as Tvs interativas que vem por aí, creio que a integração vai ser mais urgente.

 #RT: Muita gente acha que é fácil ficar famoso pela Internet. A web é o novo BBB? A fama das webcelebrities também tem os dias contados?

BG:  TOTALMENTE! Ficar famoso na Internet é tão fácil quanto NÃO FICAR (risos). Aliás, acho que o BBB é mais difícil e criterioso do que a web. O problema é que a maioria das webcelebs do Brasil ficaram famosas por algum acaso da vida (uma queda, um susto, um mico, etc) e não conseguem sustentar isso por mais do que um vídeo.

#RT: Que webcelerities você curte?

BG:  Do Brasil eu amo a Stefhany do Crossfox! A gente teve um papel bem determinante na carreira webica dela e sempre acompanho.

#RT: Você acha que nessa busca por “bombar” tem gente que cria coisas escrotas de propósito?

BG: Totalmente! O ser humano tem um apreço enorme por vergonha alheia e o ridículo (dos outros). Escatologia, polêmicas, brigas… tudo isso vende e traz views. Só que eu não gostaria de ficar famosa por algo escroto.

#RT: Em que você aposta como tendência do mundo virtual?

BG:  A tendência agora é vídeo (webserie, vlog, twitcam, etc). Mas eu aposto no fortalecimento da nossa cultura de Internet com pessoas e personagens que realmente construam alguma coisa mais perene nesse meio.

Siga a Bia no Twitter (@biagranja) e confira todo a cultura webica do YouPix.

Todas as músicas do presidente

Barack Obama mostra o quem tem em seu iPod

Soraia Alves

Obama é pop. Mas também é rock, jazz, folk, soul e até rap. O presidente americano contou em entrevista à Rolling Stone americana um pouco sobre seu gosto musical e quais são as músicas que atualmente estão em sua playlist. O eclético Obama (bem eclético mesmo) disse ter aproximadamente 2000 músicas em seu iPod e afirmou que ainda prefere músicas que ouvia em sua infância e adolescência, embora também ouça coisas mais recentes.

Em sua lista Obama cita artistas como Stevie Wonder, Miles Davis, John Coltrane, R&B e Rolling Stones. Em uma entrevista mais antiga, Obama chegou a declarar que Gimme Shelter é sua preferida quando se trata da banda de Mick Jagger e Keith Richards. Bob Dylan também é citado por Obama, que se surpreendeu com o jeito do cantor quando ele se apresentou em um evento na Casa Branca em comemoração aos Direitos Civis. “Ele não fez nenhum ensaio. Normalmente, todos os artistas (que tocam na Casa Branca) ensaiam antes do show à noite. Ele também não pediu para tirar uma foto comigo, geralmente todos os famosos ficam loucos para tirar uma foto comigo e Michelle antes do show, mas ele não apareceu pra isso”.

Quem acha que o jeito de Dylan não agradou o presidente americano se enganou. “É assim que você espera Bob Dylan, certo? Você não quer que ele fique todo se derretendo por você. Você quer que ele se mantenha cético em relação a coisa toda”. Bob cantou The Time They Are A-Changin’ e agradou o democrata. “O cara está tão impregnado dessa música que ele pode aparecer com um novo arranjo, e a música fica completamente diferente”.

Ainda sobre seus encontros com músicos, Obama fala sobre o beatle Paul McCartney. “Ter Paul McCartney aqui foi incrível. Ele é um cara muito simpático”. Paul cantou a música Michelle para a primeira-dama de mesmo nome da música, e isso emocionou Obama. “Michelle, uma garotinha de uma família de trabalhadores do sul de Chicago. Quando ela imaginaria que um dos Beatles cantaria sua música para ela, na Casa Branca?”.

 

 

Obama revelou que também gosta de música clássica, mesmo não sendo um frequentador de óperas. ” Há dias em que Maria Callas é exatamente o que eu preciso”. Mas, como foi dito antes, o presidente é bem eclético e também gosta de ouvir rap. Obama diz que antes basicamente só ouvia Jay-Z, mas que agora, graças à influência de seu assessor, Reggie Love, tem ouvido artistas como Nas e Lil Wayne.

O presidente foi duramente criticado por relevar que ouve as músicas de Lil Wayne cujas letras falam do tráfico de drogas, armas, prostitutas e que usa expressões como niggers (usado em tom pejorativo para se referir aos negros). Recentemente, Wayne foi preso por carregar uma bolsa Louis Vuitton cheia de drogas e armas.

Polêmicas à parte, Barack Obama continua sua lista com o soul de Aretha Franklin e músicas como City Of The Blinding Lights, do U2. Como a maioria das pessoas, quando o quesito é música, Obama é mesmo uma grande mistura de estilos, e não deixou de evidenciar isso. O que será que ele escolhe ouvir quando vê alguma pesquisa mostrando a queda de sua popularidade?? Eu escolheria algo do tipo Metallica, só pra desestressar, sabe.